Seleção liga 'modo Ancelotti' e substitui discurso inflamado por calmaria

O técnico Carlo Ancelotti deu uma pista do seu diagnóstico para a seleção brasileira e já começou a implementar em sua estreia contra o Equador: calma e tranquilidade em todos os momentos, substituindo o discurso inflamado de antes.
O que aconteceu
O UOL ouviu que a ideia de Ancelotti é absorver a pressão e tirá-la de cima dos jogadores. Mesmo quando o gramado foi problema, o italiano não deu holofotes ao que poderia soar como uma desculpa.
A preleção de Ancelotti antes da partida contra o Equador foi tão calma quanto ele demonstrou ser na área técnica. Em sua estreia, ele ou longe do comportamento explosivo de técnicos contra a arbitragem, por exemplo.
As orientações do italiano aos jogadores durante o jogo foram sempre pontuais e sem gestos bruscos típicos de reclamações ou lamentações. Pelo contrário: quando Richarlison furou dentro da pequena área, Ancelotti esperou o camisa 9 estar olhando para aplaudir o time.
O mister é um cara muito tranquilo. Confia muito no trabalho dele. E eu gosto de falar da humildade dele. Do que transmite. Das coisas claras, mais simples, muito direto. O que vocês estão vendo fora, do jogo, ele é no dia a dia. Muito tranquilo, super em paz. Transmite paz quando conversa com ele. Eu tenho para falar, como experiência, que temos que desfrutar desses momentos. Não só nós jogadores, mas vocês jornalistas, povo, futebol, diretores, equipes: vamos aproveitar. Pessoas assim favorecem o futebol. Casemiro
O italiano pediu 'atitude' em sua primeira preleção, mas sem abandonar seu jeito sereno de ser. Depois de 'arrumar a casa' defensivamente, agora a seleção quer atacar melhor.
Baliza zero no último jogo, defendemos melhor, e agora é atacar melhor. Futebol é assim. São três ou quatro dias e temos que refazer o ataque, uma pena. Tem que priorizar o ataque agora. É uma construção. Tivemos uma grande atitude. O treinador pediu atitude na preleção. Defender não é quem defende melhor, é atitude. A atitude foi muito boa. Agora temos que, com a característica de transição do Paraguai, é priorizar a parte ofensiva, caprichar mais no último e, com mais agressividade no último terço de campo Casemiro
Em sua apresentação, Ancelotti deu uma pista daquilo que imaginava ser um dos problemas da seleção brasileira. Ao falar de Vini Jr, o italiano explicou que tirar a pressão dos atletas é de suma importância em momentos como esse.
Jogador brasileiro tem muito carinho por sua seleção e pode ser que isso afete um pouco a naturalidade do pensamento, no sentido de que, às vezes, pressão demais para ir bem é algo que não te permite jogar Ancelotti
Durante a Copa América do ano ado, Danilo, então capitão da seleção brasileira, confirmou que não havia mais música ou danças no vestiário. Segundo ele, era momento de mais seriedade diante da fase ruim que a seleção vivia.
Me chama a atenção a simplicidade dele. No modo de falar. No dia a dia, nos momentos mais intencionais de jogo. Preparação, treinamentos. Tranquilidade e simplicidade para expressar as ideias, muito claro sobre o tipo de time que quer. Isso facilita a compreensão. Alisson
Também durante o torneio, viralizou um vídeo do discurso de Danilo no vestiário falando sobre o que significava estar ali com a seleção. Em discurso inflamado, o lateral falava que estar ali 'não era normal'.